Hackers podem ter prisão perpétua nos EUA
16 de Julho de 2002

        Atordoados após o atentado de 11 de setembro, a Câmara de Deputados dos EUA aprovou hoje, com 385 votos a favor e apenas 3 contra, um novo pacote de leis que determina o aumento da vigilância on-line e das penalidades em crimes cibernéticos.
       
A penalidade pode chegar até à prisão perpétua para hackers que colocarem em risco vidas humanas ao invadirem computadores pela Internet ou criarem vírus.
       
O governo norte-americano considerou que um computador na mão de um hacker pode ser mais perigoso que uma bomba na mão de um terrorista, haja visto, por exemplo, o vírus Melissa, que causou prejuízos na base de 1,2 bilhão de dólares em todo o mundo. O criador do vírus foi sentenciado apenas em maio deste ano a 20 meses de prisão e a uma multa de 5 mil dólares, sendo julgado pela lei anterior, que é muito branda em comparação ao novo pacote de leis que foi aprovado hoje.
        A Câmara dos Deputados deseja que a justiça americana leve em conta as intenções do ataque e o alvo do ataque para punição dos criminosos, além do ressarcimento dos danos materiais e financeiros às vítimas afetadas.
        A partir de agora, os provedores americanos têm autorização do governo para monitorarem os acessos de seus usuários e informarem à polícia sobre toda e qualquer atividade suspeita na rede a fim de minimizar os ataques e os danos decorrentes destes, acabando também com a privacidade na Internet.
        Enquanto, nos Estados Unidos, os hackers são punidos até mesmo com prisão perpétua, no Brasil, eles “fazem a festa”, invadindo computadores, criando vírus e rotinas maléficas sem uma lei específica que puna este tipo de ação.

André Basílio é Diretor, Analista de Sistemas e Supervisor de Ensino da AB INFORMÁTICA.