Incautos disponibilizam arquivos pessoais na Internet

        Usuários de softwares de troca de arquivos de música e vídeo na Internet freqüentemente expõem seus arquivos pessoais para outros usuários na rede mundial de computadores por não saberem configurar corretamente o software instalado para compartilhamento da pasta específica para troca de arquivos.
        De acordo com informações publicadas no site da HP – Hewlett-Packard – (http://www.hpl.hp.com/shl/papers/kazaa/) softwares como Audio Galaxy, KaZaA e iMesh, que interligam computadores via Internet para troca de arquivos são considerados como uma porta aberta para roubo de dados em computadores que tiveram esses programas instalados por pessoas inexperientes e que, por desconhecimento ou falta de atenção, compartilharam uma pasta de maior nível (como C:\ – o diretório Raiz) para a permuta de arquivos na rede. Desta forma, todo o conteúdo do micro passa a ficar disponível para outros internautas na Web.
        Para verificar a fragilidade de segurança de alguns usuários, os técnicos da HP criaram um programa para rastrear na rede do KaZaA quantos arquivos existiam com e-mails do Outlook Express. Em 12 horas de pesquisa, o rastreador encontrou 443 bancos de dados com e-mails de 156 usuários incautos, disponíveis para download pelo programa KaZaA.
        Imagine se um programa de compartilhamento de dados é instalado incorretamente no computador de uma empresa que possua dados confidenciais, disponibilizando o acesso a todos os arquivos da máquina por qualquer usuário da rede. Não é difícil um funcionário fazer a instalação de um programa desse tipo sem o proprietário da empresa ficar a par do feito. De acordo com pesquisas realizadas pela HP, 9% dos usuários do KaZaA compartilham pastas com o histórico de tudo que eles acessam na Web podendo, outras pessoas, verificarem os seus hábitos na Internet; 5% disponibilizam arquivos com textos e cerca de 2% expõem arquivos com informações financeiras na rede.
        Alguns provedores de acesso à Internet oferecem um serviço de monitoramento que verifica se programas de compartilhamento de arquivos estão sendo usados nos micros instalados nas empresas. Apesar de serem interessantes, esses programas estimulam a pirataria via Internet e contribuem para o congestionamento de tráfego de dados na rede.

André Basílio é Diretor, Analista de Sistemas e Supervisor de Ensino da AB INFORMÁTICA.